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O nosso encontro pessoal com Cristo, o encontro com a Santidade, deve levar-nos a um abandono de nós próprios.
Só se nos libertarmos de tudo o que nos aprisiona a nós próprios, podemos então ter esse encontro pessoal com Cristo, que muda sempre a vida de quem o experimenta e vivencia.
Mas como libertar-se de si próprio?
Como deixar os nossos planos, as nossas vontades, os nossos “saberes” e abraçar decididamente os planos de Deus, a vontade de Deus, a sabedoria de Deus, que tudo transforma.
O Dom da Fé que Cristo suscita em nós, deve então levar-nos a uma tal entrega que o eu já não interessa, mas apenas o Eu de Cristo em nós.
Essa Fé, Dom e graça de Deus, há-de fazer viver em nós uma tal confiança e uma tal esperança, que já não teremos medo de nos entregarmos totalmente à vontade de Deus.
Será essa, sem dúvida, a maneira, ou melhor, a meta que os Santos atingiram, quando deixaram de ser eles a procurar a santidade por si próprios, mas se deixaram abraçar pela santidade de Deus neles e, assim, não deixando de ser quem eram, se transformaram no próprio Cristo, deixando-se tomar por Ele.
Porque ao libertarmo-nos de nós próprios para sermos apenas de Cristo, a nossa humanidade deixa-se tocar pela divindade de tal modo, que será então como diz São Paulo: «Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim», (Gl 2,20)
Temos nós consciência de alguma vez de ter atingido tal espiritualidade, tal entrega sem temor e apenas por amor?
Provavelmente não, mas isso também não nos interessará, porque até esse tipo de consciência nos poderia levar apenas a alguma vanglória.
Os Santos, com certeza, nunca souberam em vida que eram Santos, porque a total entrega a  Cristo só está concluída no gozo da vida eterna junto de Deus.
Abramos os nossos corações, as nossas vidas, e digamos apenas e só, cheios de confiança: Aqui estou, Jesus, que seja feita apenas e só a Tua vontade em mim.
Garcia, 30 de Outubro de 2025
Joaquim Mexia Alves
(escritos em adoração)


















